Mini-birras alimentares

O Zé está a entrar numa fase de mini-birras alimentares (ou cientificamente falando de Recusa Alimentar!) ... nada que eu não tivesse à espera, até porque é muito comum na idade dele! 

Até então tem sido sempre um bebé que come bemmm (diga-se: mesmo bem!) ... o que sempre definiu o percentil 95 tanto para peso e altura! 

Ultimamente tem seleccionado muito bem o que quer comer! Quando lhe pergunto o que quer almoçar ou lanchar, as respostas são sempre as mesmas: 

- água (lol)

- iogurtes

- queijo 

- passas (que na verdade são damascos desidratados... mas ele insiste em chamá-los de passas)

e

- ovos

Assim por alto não me parece mal .... tudo para além de saudável ... mas, e o resto?! Massinha, arrozinho, batatinha, pãozinho, bolacha, peixe, carne, frutaaa... NADA!! Não quer NADA disto ... 

Então aqui vão algumas dicas (profissionais) para pais que passam o mesmo que eu: 

- quando oferecemos um alimento à criança, devemos avaliar a sua reacção para ver se gosta ou não. Não devemos influenciar  a criança com os nossos gostos pessoais (já pus o Pedro a comer passas, e fruta... e o Zé acreditou que ele gostava! Menos mal, que a família fica toda mais saudável)

- após recusa do alimento, não devemos insistir de imediato, o ambiente negativo que se criará à volta vai tornar a aceitação ao alimento mais difícil. !! Massss ... a criança não deverá ter outra alternativa de consumo (assim não vê esses alimentos como compensação!) ... ou seja se é massa é massa! 

- não devemos usar alimentos como recomensa ... "se comeres a sopa podes comer um chocolate"... assim ele passará a gostar mais de chocolate do que da sopa. A coisa deve ser da seguinte maneira: ... se não quer a sopa, passa para o prato ... se não quer o prato ... passa para a fruta ou iogurte ... se não quer a sobremesa ... espera até a próxima refeição (e não come nada!).. É difícil eu sei, mas é mesmo assim! 

- devemos noutra refeição preparar o mesmo alimento, de forma diferente e associado a sabores que a criança goste, para aumentar a aceitação! Por exemplo, se gosta de ovo e não gosta de arroz, vamos fazer um pratinho de arroz com ovo! 

- Se ainda assim a criança não aceitar o alimento, faça novas tentativas afastadas no tempo ... os estudos indicam que são precisas cerca de 10 a 15 tentativas de exposição ao alimento, para que eles aceitem (muita paxorrinhaa...) 

- As crianças dos 3 aos 5 anos (o meu ainda só tem (quase) 2) ... apresentam um conceito de psicologia designado de neofobia alimentar (ou seja, têm receio do novo) ... contudo aqui é que a exposição repetitiva do alimento passa a ter sentido! Por exemplo, mesmo que não goste de brócolos, terá sempre os brócolos no prato, até que o vá ingerir (nunca deixar de preparar os brócolos... )

- temos que saber "ler", se hoje não lhe apetece (e se é uma criança saudável e com um crescimento normal ... não devemos valorizar demasiado as ocasionais recusas alimentares. 

- Devemos comer igual a eles e nas mesmas horas que eles... por mais difícil que seja, também nisto somos os modelos!

- Atenção às quantidades, eles têm estômagos pequeninos e assim é que está certo! Não devemos forçar! 

- E tentar diversificar ao máximo nas formas de preparação e apresentação 

... 

Foi o que fiz ontem à noite para jantar ... era domingo ... e eu não fiz sopa, fiz "pasta al pomodoro per il bambino" da maneira italiana que aprendi durante os meses lá passados!! (que basicamente é como fazemos aqui ahah!) 

Ingredientes: 

- massa integral (usei uma Biológica)

- massa de tomate 

- tomate fresco 

- manjericão 

- alho

- azeite

- queijo ralado

(quantidades todas q.b.)

Modo de preparação: 

- Saltear o alho em azeite. Juntar massa de tomate e um tomate (sem as pevides) e ir mexendo continuamente até o molho ficar espesso. No final juntar o manjericão. 

- Entretanto a massa os brócolos e o ovo foi cozinhado à parte. 

- Juntei a massa e o molho na Wok ... e no final acrescentei um bocadinho de queijo ralado 

Ele comeu com brócolos cozinhados e um ovo (que sei que ele adora)...

A reacção dele: 

"- Mamã ... ovo!" 

Ou seja, não ligou patavina ao meu trabalho árduo ...só estava contente que tinha ovo! Comia por partes ... uma massa ... "um brócolo"... "um ovo", e assim sucessivamente ... com o Zé não há cá misturas! 

Mas avaliando o grosso: posso dizer que foi uma refeição que correu bem!